Nasceu em Cunha (SP) em 1981. Em 2000 mudou-se para São José dos Campos (SP), onde morou até 2006, período em que serviu na Aeronáutica, no CTA. Graduou-se em Letras pela UNIVAP em 2005. Em 2007 foi nomeado Oficial de Promotoria no MP-SP e mudou-se para Embu das Artes (SP), onde morou até 2012. Casou-se em 2007. Em 2010 foi nomeado no TRT-SP, onde é servidor até hoje, e, no mesmo ano, iniciou o curso de Direito, concluído em 2014, pela USJT. Atualmente reside em Cotia, na Grande São Paulo. Tem dois filhos. Em 1998 ganhou o concurso de poesia Péricles Eugênio da Silva Ramos, em Lorena (SP), e teve o primeiro poema, “Claridade noturna”, publicado no Jornal Hoje, de Cunha. Nos anos de 2002 e 2005 participou das antologias de contos e de poesias da Univap. Em 2003 lançou Gritos de Liberdade, pela Papel & Virtual Editora. Em 2007 participou da obra coletiva Poetas de Cunha, com os poemas “Desejo de mudar o mundo”, “Pé no rabo do futuro” e “Deserto”. Mantém o blog MicroPoema. No Facebook, a página Poemócio – Lucimar Justino. Está também no Instagram: @poetalucimarjustino.
Reúne poemas escritos entre 2004 e início de 2018. Ao longo dessa uma década e meia de investigação e exercício poético, Lucimar Justino, um “lavrador de versos”, se dedica a apre(e)nder e compreender o mundo e a vida. Não é um processo fácil e talvez resulte sempre incompleto, ou melhor, eternamente em andamento. Requer disciplina para observar o que se passa de forma diferente: “viro-me do avesso e escrevo um verso”, afirma em “Avesso do Verso”, evidenciando a busca por um novo olhar sobre o que parece óbvio e natural, mas não é, e por isso mesmo é estranho, ao mesmo tempo que pode ser belo e mágico. A poesia de Lucimar é concisa e breve, o tom é descontraído e lúdico, sem resvalar para o leviano ou ligeiro. Não perde profundidade e expressa (e compartilha) o assombro do autor diante do estranhamento que lhe causa o mundo. A obra está dividida em cinco partes, ou olhares: para o outro, para si mesmo, para o mundo e suas contradições e desigualdades, para o fazer literário, para o potencial transformador de que todos devemos fazer uso e, enfim, para tudo isso ao mesmo tempo, porque a vida em plenitude pressupõe horizontes amplos e visão panorâmica. O novo olhar que nos propõe Lucimar passa por todos os sentidos, convidando-nos a experimentar, sentir, ser – viver, enfim.
Olá Lucimar. É um
prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da
Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
É um
livro de poesia. Está dividido em cinco partes, abrangendo poemas de amor,
sobre o silêncio, o fazer poético, reflexões sobre a vida e temas diversos. É
um projeto já antigo, de 2006. Mas as circunstâncias da vida e outros projetos
acabaram sendo prioridade, como os concursos e o Direito. Até porque não dá
para viver só de palavras e de vento. É necessário ter uma carreira e levar a
escrita como um hobby. Então, a prioridade foi mesmo uma necessidade. Todavia,
a escrita sempre foi uma válvula de escape e um prazer. Embora escrevendo
pouco, sempre mantive ativo o blog Micropoema. No início deste ano, decidi por
em prática o projeto do livro de poesia. Fiz uma seleção dos melhores poemas,
de 2004 a 2018, e organizei o livro, que se destina aos amantes da poesia e de
uma leitura leve e descontraída.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
O
sonho de ser escritor surgiu das leituras de Drummond, Monteiro Lobato,
Fernando Pessoa, Cecília Meirelles, Vinícius de Moraes, João Cabral de Melo
Neto e tantos outros. Isso por volta de 1997. E também de uma necessidade mesmo
de expressão, já que era muito tímido e tinha mais facilidade de me expressar
escrevendo. Este é meu segundo livro. O primeiro foi publicado em 2003. Tenho
dois filhos, muitas árvores plantadas e dois livros. Creio que já tenha deixado
minha marca no mundo (risos). E os poemas continuam brotando. Acredito que
venham outros livros na sequência. Filhos, acho que já está ótimo! Vamos parar
por aqui! Quanto às árvores, sempre há espaço para novas árvores e
principalmente para conscientização da necessidade urgente de preservação do
que já temos.
O que você acha da vida de escritor em
um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Ser
lido é realmente um grande desafio. O Brasil tem cerca de 12 milhões de
analfabetos. Dos alfabetizados, temos os que são analfabetos funcionais. Apenas
8% dos brasileiros são proficientes, ou seja, têm plenas condições de
compreender e se expressar na própria língua, segundo dados de 2016 do
Instituto Paulo Montenegro. E isso reflete em todas as áreas da vida de uma
pessoa, não apenas na sua formação como leitor. Nossos grandes problemas são a
Educação e a desigualdade social. Acredito que uma coisa reflita na outra e
vice-versa. Portanto, o grande desafio do Brasil é dar uma Educação de alta
qualidade para todas as pessoas. Por outro lado, as pessoas estão ativas nas
redes sociais e estão lendo o tempo todo. Então, é preciso ir onde o leitor
está e conquista-lo, trazê-lo para dentro do livro, mostrar como a poesia é uma
coisa simples e bela, instigá-lo a penetrar no universo da literatura.
Infelizmente, a necessidade de alimentar o estômago é prioridade em relação à
necessidade de alimentar a alma e o espírito. É uma realidade do nosso país. Ou
seja, não é nem questão de a leitura ser pouco valorizada. É questão de
necessidade mesmo.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Já
conhecia a Editora por livros e por sua consolidação no mercado editorial. Não
tive dúvidas em publicar por essa Editora. E minha experiência tem sido muito
positiva. Excelente atendimento e profissionalismo, de todas as áreas.
Cumprimento de prazos e trabalho detalhista. Muito bom mesmo! Estou plenamente
satisfeito com o resultado final do livro e também com todo o apoio que tenho
recebido da Editora após a finalização do livro, na elaboração de convites,
divulgação e apoio logístico.
O seu
livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Meu
livro expressa sentimentos que são universais. Os poemas são curtos e diretos,
porém profundos. A linguagem é simples e não rebuscada. Cultivo a ideia de que
se deve dizer o máximo com o mínimo de palavras. Esse é o pulo do gato da
poesia, que, por excelência, é um texto aberto a interpretações. E acredito,
também, que a poesia seja um caminho para a formação de leitores
sensibilizados. Meu livro leva essa mensagem de paz, amor e sensibilidade ao
mundo, como escrito no poema da contracapa:
O mundo não precisa de mais armas.
O mundo não precisa de mais muros.
O mundo precisa de mais amor.
O mundo precisa de mais pontes.
O mundo precisa de mais livros e poesia.
Quem se arma espera a guerra.
Quem se ama espalha o amor.
Desarme-se. Ame-se. Ame-me.
Minha mensagem final é que, em tempos de mísseis, cercas e muros, construir pontes parece impossível. Tempos difíceis, de fato, mas uma oportunidade para desafios. As palavras podem não mudar o mundo, mas tocam pessoas. E pessoas tocadas mudam o mundo.
O mundo não precisa de mais armas.
O mundo não precisa de mais muros.
O mundo precisa de mais amor.
O mundo precisa de mais pontes.
O mundo precisa de mais livros e poesia.
Quem se arma espera a guerra.
Quem se ama espalha o amor.
Desarme-se. Ame-se. Ame-me.
Minha mensagem final é que, em tempos de mísseis, cercas e muros, construir pontes parece impossível. Tempos difíceis, de fato, mas uma oportunidade para desafios. As palavras podem não mudar o mundo, mas tocam pessoas. E pessoas tocadas mudam o mundo.
Obrigado
pela sua participação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário