Natural de Três Corações-MG, Sargento aposentado do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, escritor, fotógrafo, músico multi-instrumentista e artesão.
Se faz múltiplo: bombeiro, paraquedista, cantor, escritor, ator, músico, pintor, fotógrafo, sem contar o talento que tem para fabricar brinquedos e móveis com caixotes de feira. Em brincadeira, costumo chamá-lo de “poliplural”. Sua obra, portanto, não poderia ser diferente. À Flor do Cerrado migra, com perfeito domínio entre técnica e lirismo, de momentos de introspecção aos da alegria arrebatadora de personagens colhidas pelo autor em uma das tantas peregrinações que faz pelo Brasil. Há um projeto temporal em que o passado se mostra aos olhos do poeta apenas para se fazer paradoxo – beleza e agrura, simplicidade e complexidade – e tão logo se transforma em esperança, como quem espera Godot, infinitamente: “Chuva / Vem logo. / Estou num filme / preto e branco”. Ao ver a vida acontecer tão de perto, cria a verdade na literatura. Histórias e pessoas reais confundem-se com as imaginárias neste território árido... E é impossível ficar alheio à flor que brota na adversidade. Meu preferido? Espelho: “O dia / em que me encontrei / com / São Francisquinho / tomei / foi tapa / na cara. / Nunca vi /o Santo tão brabo”. E gasto um bom tempo aqui com meus botões matutando: o que o poeta fez para desagradar o Santo?
Adriana Aneli
Relato das vivências do autor com o povo do Cerrado do norte de Minas Gerais, região de Grão Mogol , onde percebeu o quão grande era a sua omissão perante a sociedade dos excluídos.