20 agosto, 2023

Luis Antonio Violin - Autor de: OS GATOS DANÇANTES

Nasceu em Batatais, aos 22 de junho de 1950, e reside em Brasília desde 1975.
Graduou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras/UNESP, Franca-SP, cidade onde lecionou Português e Inglês de 1973 a 1975.
Admitido por concurso como professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal, de 1975 a 1981 lecionou Português e Inglês, foi Encarregado Pedagógico e Supervisor Escolar na área de avaliação do ensino-aprendizagem.
Em 1981, por concurso público, assumiu o cargo de Analista Legislativo na Câmara do Deputados, onde desempenhou as funções de revisor e redator de textos, avaliador de documentos e chefe do Serviço de Comissões Parlamentares de Inquérito, onde se aposentou.
Depois, cursou pós-graduação em Administração de Recursos Humanos na Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal (AEUDF) e foi revisor de textos no Tribunal Superior Eleitoral, na Presidência da República e na Secretaria de Assuntos Estratégicos.
OBRAS PUBLICADAS
Publicou o livro de contos Lá na praia… & outros casos (2019), e os livros infantojuvenis O ninho vazio, Editora Colli Books, lançado na Bienal Internacional do Livro de Brasília, em 2022, e Histórias de Paulinho, Scortecci Editora, lançado na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em 2022.
Participou das coletâneas: Contemporânea: antologia de contos & poemas, ed. Albatroz (2019), com o conto “O ninho vazio”, e Antologia Scortecci 40 anos, v 3, Scortecci Ed. (2022), com o conto “Gaslighting”.

Queria somente escrever coisas boas sobre o meio ambiente, que é a nossa casa maior. Se assim o considerarmos, adianta pouco cuidar somente da nossa casa menor. É preciso cuidar das duas, certo? Mas nem sempre agimos corretamente na preservação do meio ambiente. Um exemplo é o que acontece no garimpo ilegal de ouro, que usa o elemento químico mercúrio na separação do ouro das impurezas da terra. Outro é o seu uso na fabricação de produtos que utilizamos. O uso ilegal do mercúrio traz muitos prejuízos ao meio ambiente porque contamina a terra, o ar, as águas, os peixes e os seres humanos. Essa contaminação pode fazer mal à saúde, levar à morte ou deixar sequelas nas pessoas, como aconteceu na cidade de Minamata, no Japão. Lá o primeiro caso do surto em seres humanos foi de uma menina em 1956, mas essa tragédia se prolongou por muitos anos. Ficou conhecida como Mal de Minamata ou Os Gatos Dançantes. Estes comiam os peixes que apareciam contaminados por mercúrio na beira da praia, adoeciam e a maioria morria. Hoje Minamata é modelo de preservação ambiental, mas isso envolveu consciência, trabalho exaustivo e muito investimento para diminuir os estragos provocados pelo uso incorreto do mercúrio por uma indústria japonesa. Na história do livro, o senhor Yoshi foi um exemplo de pescador. Pela observação dos peixes mortos vistos todos os dias na prainha, ele previu a tragédia e conseguiu preservar os seus amáveis gatos Tomi e Suki e os seus quatro filhotes. Ele também adoeceu, mas por sorte não morreu. Embora tivesse muitas boas lembranças do lugar, o terror da tragédia fez com que ele mudasse para um lugar seguro. E assim ele fez. Mudou-se com os amigos e com toda a sua família de gatos. E a situação do uso do mercúrio em nosso país? Infelizmente existe a mineração clandestina, principalmente na Amazônia, que usa o mercúrio e contamina as águas, o meio ambiente e as pessoas que vivem essa realidade. Há outro cuidado a ser tomado: a fabricação de produtos que usam mercúrio, como as lâmpadas fluorescentes, os termômetros clínicos (já proibidos no Brasil), as pilhas de maquinas calculadoras e até de aparelhos auditivos. Que este livro sirva como forma de conscientização sobre o uso seguro do mercúrio, para que não tenhamos mais nenhum caso com o dos gatos dançantes e possamos proteger o meio ambiente, a nossa casa maior, e a nossa própria saúde.

Entrevista

Olá Luis Antonio. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

De que trata o seu livro?
O livro Os gatos dançantes trata da contaminação do elemento químico mercúrio ao meio ambiente e à saúde dos animais, incluindo aí o ser humano. 
O nível dessa contaminação depende do contato prolongado com o mercúrio ou da sua ingestão por meio, por exemplo, de peixes contaminados. 
No caso do livro, falo de uma tragédia provocada pelo mercúrio despejado por uma empresa na baía de Minamata, no Japão, que contaminou o solo, as águas do mar, os peixes e outros animais, os pescadores e boa parte dos consumidores de peixes da cidade e dos seus  arredores.
Mas, em meio a essa tragédia anunciada, conto a história do senhor Yoshi e de seus adoráveis gatos.
Ele teve papel importante na proteção dos seus gatos e também na tentativa de conscientizar os seus amigos  e colegas de profissão e a autoridade de saúde do local. Somente teve êxito na proteção aos seus gatos, que, mesmo contrariados, se salvaram, o que não aconteceu com os gatos de rua. Estes foram contaminados, viraram gatos dançantes e morreram. Essa foi a manifestação mais visível da tragédia, que se estendeu a uma boa parte da polução da cidade, atingindo bebês que nasceram com distúrbios neurológicos e paralisia cerebral. 
Essa contaminação atinge o sistema nervoso central e outros órgãos vitais do homem. 
Inicialmente ninguém sabia a causa do problema, nem os médicos. Somente mais tarde é que descobriram que não se tratava de uma doença, mas de contaminação por mercúrio. 

Como surgiu a ideia de escrever e qual o público que se destina a obra?
A ideia de escrevê-lo surgiu da necessidade de alertar as nossas crianças sobre os cuidados que precisamos ter com o uso do mercúrio, seja no garimpo informal de ouro, muito comum no norte do País, seja no descarte de produtos de uso comum que contêm esse elemento, como as baterias de máquinas de calcular e de relógios de pulso e as lâmpadas fluorescentes, estas proibidas a partir de 2025.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. O primeiro de muitos ou de um sonho realizado?
Nasci em Batatais-SP, em 22/6/1950. Resido em Brasília desde 1975. Sou professor de Português e Inglês e fui premiado em concurso de poesia promovido pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Unesp) de Franca-SP, onde estudei. Aposentei-me como Analista Legislativo concursado na Câmara do Deputados. Sou pós-graduado em Administração de Recursos Humanos. Escrevi o livro de contos Lá na praia... & outros casos (2019), três livros infantojuvenis: O ninho vazio (2019), Histórias de Paulinho (2022) e Os gatos dançantes (2023). Participe das obras coletivas: “Contemporânea: antologia de contos & poemas”, Editora. Albatroz (2019) e da antologia de poesias, contos e crônicas “Scortecci 40 anos”. v. III (2022). Sou membro da Associação Nacional de Escritores.
Quando escrevi o primeiro livro Lá na praia... & outros casos, pensei apenas no sonho de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro, mas hoje penso diferente. Meu sonho agora é de continuar escrevendo livros dirigidos ao público infantojuvenil. Aliás, já está pronta a parte escrita de  outro livro para crianças: A inesquecível praia do  Pequeno Príncipe, em fase de ilustração.
Quando escrevo, eu me inspiro bastante nos meus netos: o Pedro de 11 anos e o Felipe de 6, mas cuido para transmitir valores sociais para todas as crianças, com o objetivo de que possam ter informação e formação por meio de histórias que possam ser úteis na vida delas

O que você acha da vida de escritor no Brasil um país de poucos leitores e onde a leitura não é valorizada?
Infelizmente a situação do escritor no Brasil via de mal a pior porque falta incentivo para que surjam novos escritores. Muita gente escreve, mas não tem condição financeira de publicar, atividade cara em um país tão necessitado de boas leituras.
 
Como ficou sabendo do trabalho editorial e gráfico do Scortecci?
Fiquei sabendo do grupo editorial pela internet quando procurava uma boa editora para os meus livros infantojuvenis. Quero agradecer e parabenizar a Scortecci Editora por possibilitar que autores não conhecidos, como eu, possam publicar os seus livros. Grato também ao atendimento recebido durante esse tempo em que tenho publicado livros com vocês.

O seu livro merece ser lido? O que ele tem de especial capaz de encantar os leitores?
Meu livro merece ser lido porque se trata de uma obra informativa e formativa, com uma mensagem importante para a vida das nossas  crianças, o futuro da Nação.
Agradeço aos meus queridos leitores por se interessarem pelos meus livros e pela oportunidade de me deixarem contribuir, ao menos um pouco, na sua formação para que sejam cidadãos conscientes sobre a preservação do meio ambiente e os cuidados com o uso do mercúrio em nosso país. 
Até o próximo livro.

Obrigado pela sua participação.
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Rute Raposeiro - Autora de: CAMINHOS DOURADOS

Nasceu em 1946, em Pirassununga, onde permaneceu até os oito anos. Mudou-se para Americana, lá morando por nove meses. Em final de 1955 foi para São Caetano, ficando até a morte de seu pai em 1959. Morou alguns meses na casa de sua tia em São Paulo, voltando para São Caetano em 1960, onde viveu até os 21 anos. Depois do casamento morou em Santana por dois anos; em 1969 vem para São Bernardo do Campo.
Quando seu pai morreu, saiu da escola para trabalhar. Voltando aos estudos aos 29 anos. Em 1980 entrou para a Faculdade Metodista de São Bernardo do Campo, formando-se em Letras. Desde então atuou como professora até sua aposentadoria.
No tempo de faculdade começou a escrever poesias, ou melhor, recomeçou. OFERENDA foi sua primeira poesia dessa fase, que ofertou à professora de estágio. E assim foi surgindo o seu primeiro livro de poesia: OFERENDAS: DÁDIVAS DE AMIGO (12), mas em 1996 já tinha editado seu primeiro livro em prosa: VIAGENS PARA UM FUTURO MELHOR. Desde 2012 tem editado seus livros pela SCORTECCI: FELICIDADE: DÁDIVA DIVINA (13), AR PRIMAVERIL (14), LAÇOS (15), ETERNO BUSCAR (17) . CONTRADIÇÕES (21). Tem também alguns livros infantis em prosa e em poesia.

O livro Caminhos Dourados divide-se em duas partes. Na primeira apresenta poesias criadas a partir de lembranças. Cada poesia é a explicação de si mesma. Na segunda parte apresenta POEMAS EM ORAÇÃO que são louvores e ações de graça ao nosso bom Deus.







Entrevista

Olá Rute. É um prazer contar, novamente, com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

Do que trata o seu Livro?
Caminhos dourados é um livro de poesias através de lembranças e de orações.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
A ideia de escrevê-lo surgiu a partir do momento em que escrevi a poesia que deu nome ao livro. Cada poesia imprime a lembrança de caminhos que passei ou vivi. Só depois é que resolvi adicionar as orações. Logicamente destina-se aos amantes de poesia.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. O primeiro de muitos ou um sonho realizado?
Eu sou amante de poesias desde a tenra idade. Criava versos olhando para o céu, mas não registrava nenhum. Este é o sétimo livro de poesias editado. Plantei umas árvores, tive três filhos e escrevi vários livros. Meu objetivo de vida é deixar todos os meus livros editados.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
A vida dos escritores é esperar que hajam leitores para lerem os seus livros. Escritores em geral, não só os brasileiros, pois poucos vivem exclusivamente de livros. Precisamos de professores que incentivem a leitura.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Soube desta editora através de um anúncio em panfleto em 1984, estava iniciando como professora. Mas foi através de um colega que editou seu livro pela Scortecci, que me trouxe até ela.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Claro que sim, pois ele foi escrito com muito amor, exclusivamente para meus leitores. Minha mensagem a eles é que vivam intensamente o seu presente, que leiam e escrevam poesias, pois a aprendizagem da vida vem com prática.

Obrigado pela sua participação.
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Marcos Quinan / Marco Antonio Quinan - Autores de: SÃO JOSÉ DILIGENTE

Um artista multimídia, timidez revelada em seu semblante sempre sereno, Marcos Quinan é um inquieto apaixonado pela arte brasileira. Autodidata, se define como um aprendiz que tem a necessidade de conhecer o Brasil em todas as suas expressões culturais e mostrá-las aonde puder.
Nascido em Ipameri-GO, não esconde o orgulho de ter escolhido a Amazônia como o chão propício para expandir sua inspiração que o faz aplaudido produtor, compositor, teatrólogo, artista plástico, fotógrafo, agitador cultural e escritor.
Teve, ainda, uma passagem pelo teatro, no despertar de sua vocação artística ainda jovem, lá mesmo em Goiânia onde fez parte da Agremiação Goiana de Teatro, participando ativamente da conclusão final do Teatro Inacabado, na época o único teatro construído por um grupo amador no Brasil. Foi ator, iluminador, diretor e dramaturgo, fundando, com Paulo Roberto Vasconcelos nos anos 70, a “Companhia de Teatro do Autor Brasileiro”. Com Roseli Naves e Nilson Chaves, nos anos 80 a “Gravadora e Editora Outros Brasis”. Junto com Nilson Chaves, Walbert Monteiro, Conceição Elarrat e Fátima Silva em 2002 criaram a “ACAM – Associação Cultural da Amazônia” e foi um dos coordenadores do primeiro Seminário Cultural da Amazônia realizado por ela no ano seguinte. Foi Secretário Executivo do Programa de Incentivo à Cultura do Estado do Pará - SEMEAR e Assessor da Presidência da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. Em 2019 coordenou junto com Deborah Miranda, Fatinha Silva, Elizabeth Orofino, Andréa Cozzi e Delson Luís a I FLIB - Feira Literária Infantojuvenil de Belém.
Em 2006 junto com o filho Marcelo Quinan criou a Lado de Dentro (http://ladodedentrobrasil.blogspot.com/), loja virtual dedicada à divulgação e comercialização da produção cultural brasileira, incluindo nossa cultura científica.
Marcos Quinan também assinou a coluna “O Que Vem do Norte” no site – www.festivaisdobrasil.com.br. É colaborador do jornal Só Cultura de Jaguarão-RS e hoje publica diariamente no blog ABARIBÓ http://abaribo.blogspot.com/ seu trabalho fotográfico depois de durante muitos anos apresentar material de artistas novos e obras consagradas da arte e cultura brasileira. Participa, como jurado de festivais de música e interage com grupos de artistas em oficinas e palestras sobre os mais variados assuntos da cultura brasileira, da produção e dos aspectos práticos que a envolvem (Luiz Gonzaga, Canudos, Cabanagem, Direito Autoral, Leis de Incentivo Cultural).
Contudo, esse “sertanista da vida, das ideias, dos sonhos” conforme o define o jornalista Edyr Augusto Proença, só resolveu mostrar-se ao público ao atingir seu meio século de vida. Antes disso, associava sua atividade empresarial a eventos artísticos como agitador, produtor e divulgador, mas sem expor sua própria criação que hoje esta indelevelmente registrada em livros, pinturas, esculturas, fotografias, músicas e letras editadas em cd’s, uma bela produção da nossa brasilidade.

Marco Antônio Quinan é compositor.

Brigue Palhaço
Teatro, música e poesia; leitura/encenação que revela os acontecimentos da Tragédia do Brigue Palhaço, assim como é conhecido o episódio ocorrido no Grão Pará na época de nossa independência. Também considerado um dos antecedentes motivadores da Cabanagem. A apresentação do nome das vítimas só foi possível pela descoberta casual da pesquisadora Célia Gomes de Azevedo em uma caixa no Arquivo Público Nacional do Rio de Janeiro contendo o “Translado de Devassa dos mortos do Sam Jose Diligente, Fundo do Supremo Tribunal, códice BU181 com os nomes dos mortos no Brigue Sam Jose Diligente, Pará, Brasil, 1823”. Entendendo sua importância, representado está o episódio usando o que é contundente em contraponto com as omissões da nossa história, dando ao leitor/espectador ciência desse descaso e, assim, nossas exéquias tardias, mas necessárias. 

Entrevista

Olá Marcos. É um prazer contar, novamente, com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

Do que trata o seu Livro?
Teatro e música. Encenação do episódio mais conhecido como “Brigue Palhaço” que se passou na Província do Grão Pará durante o período da nossa independência quando, em regozijo pela adesão oficial, manifestantes foram para as ruas comemorar. O vandalismo, principalmente com os portugueses, resultou na prisão de 252 deles ordenada pelo mercenário inglês John Pascoe Grenfell no porão do navio São José Diligente em condições desumanas resultando na morte de todos com exceção de um sobrevivente que resistiu poucos meses.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Quando estava pesquisando sobre a Cabanagem para ambientar um dos contos do livro Sertão do Reino deparei com o pouco que havia sobre o episódio do Brigue Palhaço. Em todas as narrativas sobre a revolta cabana o fato é citado com relevância como também um dos antecedentes motivadores. As narrativas existentes o descrevem ora com poucas divergências ora com detalhes sombreando os acontecimentos. Por muito tempo tentei entender tudo isso. Virou quase obsessão. Não conseguia compreender a falta de consequências legais para os fatos. O número dos mortos, para a população da época, não levaria a uma investigação rigorosa, a um processo? Submissão de familiares, políticos e religiosos, seria? Quem eram eles? Era um tempo sem leis? Um silêncio difícil de entender como tantos outros da nossa história.
Com meu parceiro Marco Antonio Quinan surgiu a ideia de uma representação musical e visual sobre o episódio que não poderia ser esquecido e nem pouco lembrado. De nossa parceria nasceram as músicas gravadas no álbum São José Diligente, mas para a representação cênica que imaginamos fazer, sem os nomes dos mortos, estava fora de questão. Sem eles a apresentação perderiam a força da reflexão. A Tragédia do Brigue Palhaço estava impregnada nas melodias e no pensamento. Entretanto, quando estávamos terminando as gravações foi encontrado por acaso pela pesquisadora Célia Gomes de Azevedo uma caixa no Arquivo Público Nacional do Rio de Janeiro contendo o “Translado de Devassa dos mortos do Sam Jose Diligente, Fundo do Supremo Tribunal, códice BU181 com os nomes dos mortos no Brigue Sam Jose Diligente, Pará, Brasil, 1823”. Assim pudemos homenagear seus descendentes e a memória de todos eles, constando no encarte do trabalho e na encenação seus nomes, tal qual está no documento.
O destino do Brigue San Jose Diligente, supostamente reformado e com outro nome, naufragou no Mar do Caribe. No entanto não conseguimos, na época, desvendar as consequências legais da tragédia, tão pouco onde era o que nominavam Penacova, local da vala comum onde foram enterrados. Outras confirmações só foram encontradas no decorrer dos anos: - O mercenário inglês John Pascoe Grenfell submetido ao Conselho de Guerra quando voltou ao Rio de Janeiro, foi absolvido em 1826 e promovido por bons serviços prestados a Coroa, tornando-se referência na nossa história naval por sua atuação no Rio da Prata. - Penacova, denominado assim por José de Nápoles Tello de Menezes, governador da província no século dezoito, na tentativa de reunir ali índios e mamelucos.
Era uma antiga aldeia dos índios denominados Una. Hoje dá nome a um bairro e a um igarapé na divisa dos municípios de Belém e Ananindeua.
Entendendo sua importância, representamos o episódio usando o que é contundente em contraponto com as omissões da nossa história, dando ao leitor/ouvinte/espectador ciência desse descaso; e assim, nossas exéquias tardias, mas necessárias.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Fui bancário em Goiânia/GO: Banco da Bahia e Banco Auxiliar de São Paulo. Voluntário na obra social e educacional Pequena Casa da Criança em Porto Alegre/RS. Industrial em Goiânia/GO: Gimpel - Fabricas de Papel Ltda. Representante Comercial de diversas empresas goianas, além da Copalimpa desde a sua fundação e da Arisco Produtos Alimentícios durante toda sua existência onde também ocupei o cargo de Diretor de Vendas na fusão das indústrias Beira Alta e Colombo (RJ) adquiridas por ela.
Nasci em Ipameri-GO, vivo na Amazônia onde sou reconhecido produtor, compositor, teatrólogo, artista plástico, fotógrafo, agitador cultural e escritor. Tive ainda uma passagem pelo teatro, no despertar de minha vocação artística ainda jovem em Goiânia onde fiz parte da Agremiação Goiana de Teatro, participando ativamente na administração do Teatro Inacabado, na época o único teatro construído por um grupo amador no Brasil, onde também fui ator e iluminador. Fundei, com Paulo Roberto Vasconcelos nos anos 70, a “Companhia de Teatro do Autor Brasileiro”. Com Roseli Naves e Nilson Chaves, nos anos 80 a “Gravadora e Editora Outros Brasis”. Junto com Nilson Chaves, Walbert Monteiro, Conceição Elarrat e Fátima Silva em 2002 criamos a “ACAM – Associação Cultural da Amazônia” e fui um dos coordenadores do primeiro Seminário Cultural da Amazônia realizado por ela no ano seguinte. Fui Secretário Executivo do Programa de Incentivo à Cultura do Estado do Pará - SEMEAR e Assessor da Presidência da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. Chefiei a delegação da Amazônia no Fórum Mundial de Cultura realizado em SP. Participei desde as primeiras iniciativas junto com a Fundação Joaquim Nabuco de Recife na formulação das demandas apresentadas. Participei do Festcine Amazônia na comemoração de sua décima edição em Porto Velho como palestrante.
Também como palestrante no Curso de Extensão e Aperfeiçoamento em Gestão Cultural promovido pelo MINC/UFPA. Estive presente como membro convidado da comissão na última edição do Acorde Brasileiro em Porto Alegre e na mesa promovida pela Funarte no Fórum Social em Belém. Em 2006 junto com meu filho Marcelo Quinan criamos a Lado de Dentro, loja virtual dedicada à divulgação e comercialização da produção cultural brasileira, incluindo nossa cultura científica. Também assinei durante alguns anos a coluna “O Que Vem do Norte” no site Festivais do Brasil. Fui colaborador do jornal Só Cultura de Jaguarão-RS. Criei o blog ABARIBÓ onde publicava meu trabalho fotográfico depois de, durante longo tempo, apresentar material de artistas novos e obras consagradas da arte e cultura brasileira. Participei, como jurado de vários festivais de música e interagi com grupos de artistas em oficinas e palestras sobre os mais variados assuntos da cultura brasileira, desde a produção até os aspectos práticos que a envolvem. Em 2019 coordenei junto com Deborah Miranda, Fatinha Silva, Elizabeth Orofino, Andréa Cozzi e Delson Luís a I FLIB - Feira Literária Infanto-juvenil de Belém.
Com 50 anos comecei a escrever e publicar meus livros:
SERTÃO DO SÃO MARCOS - Livro de contos sobre a região em que nasci. Na opinião de Camilo Delduque, “É um livro sonoro. É o sertão brasileiro para ser lido em voz alta. Um homem plantado na própria alma, contando da alma de sua terra.”
SERTÃO D’ÁGUA – Romance bem brasileiro que conta a história de um Conselheirista desmemoriado que veio parar na Amazônia. Vicente Salles, comentando a obra, afirma:
Sertão obsessivo do escritor que antes nos deu o Sertão do São Marcos, 2000, das veredas goianas, remansos de rios, gemidos de carro de bois; agora neste Sertão d’água, 2001, ele narra uma aventura em prosa e em poesia, complemento de vasta produção. Na ficção, Marcos Quinan voltou-se para o sertão amazônico, do extrativismo, das lendas e das encantarias.”
ORAÇÃO DE FLORESTA E RIO E OUTROS POEMAS – Poesia - O paulista Celso Viáfora assim o define: “Leio comovido e me transponho ao coração da floresta, no barco da leitura, espertamente, escrita na primeira pessoa do verbo, que faz a gente ir virando margem, semente, rio; ir virando lenda. Outra sutileza de poeta: a capacidade de se pôr na briga pela floresta não com palavras de ordem mas pela consagração do belo. Tão vegetal, ele nos faz, que se acaba por sentir a dor da motosserra.”
O POVO DO BELO MONTE – Romance - No dizer do parceiro e interprete cearense Eudes Fraga; Uma reflexão sobre o episódio de Canudos, assunto recorrente em suas manifestações e objeto de permanente pesquisa na vida do autor. Nele está presente o desassossego e a brasilidade interagindo com a percepção de nossa história.
JEITO DE SENTIDOR - MEIZINHAS, ENVERSADOS E RECORRÊNCIAS... - Poesia - Cheio de simplicidade e brasilidade, Jeito de Sentidor nos leva a paixões em poemas plenos de sentimento e angústia.
SERTÃO DO REINO – Contos - apresenta contos ambientados à época da Cabanagem. É descrito por Vital Lima como “Uma reconstrução daqueles dias de luta visto pelo olhar lançado na gente comum, mas, e acima de tudo, um trabalho primoroso na arte das palavras, amorosamente entalhadas para encantar, emocionar, enfim, arrebatar o leitor.
UM LUGAR CHAMADO PRIMAVERA - História do município de Primavera localizado na Região Bragantina do Estado do Pará.
AMASTOR - Reunidos por enfermidades e circunstâncias, um grupo heterogêneo percebendo o descaso e a desorganização com que a Tríplice Aliança comandava as operações na Guerra do Paraguai, transforma-se em um dos hospitais de sangue da campanha, saqueando o que fosse possível antes de retornar, pelo interior, até a Província do Grão Pará origem de Amastor.
SUBIDOS - História de amor, sonhos e desencontros. De companheirismo e cumplicidades envolvendo anarquistas, militares rebeldes, nordestinos fugindo da seca e mestiçados da fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. Presos levados sem julgamento junto com marginais já apenados para o isolamento na colônia agrícola criada pelo Ministério da Agricultura no Estado do Pará então transformada na Colônia Penal de Clevelândia. Tempo da Primeira República, durante o período do governo de Artur Bernardes. História de Dalcino perdido na solidão final e Duviges perseverando em sua procura, um caminho de dores abrandado com a vingança e a percepção de estarem vivos, pai e filho, vivendo ao seu lado.
ENCENAÇÕES - Conjunto de contos instigantes encenados no ambiente do nosso cotidiano pessoal e coletivo.
VAQUEIRO MARAJOARA – ENCANTARIAS, CHULAS E LADAINHAS - Poemas sobre o vaqueiro marajoara e sua lida cotidiana. A rudeza dentro da harmonia que é sua vida e seu entorno. Seus quereres, fazeres, jeito de falar e a convivência social, o respeito com a natureza e a sabedoria de seus menores modos.
O NOME NA PEDRA – O compositor Glauco Luz assim recomenda a história do arquipélago de Fernando de Noronha. “A cronologia mais parece um romance de contos misturando tipos vivos do imaginário com personagens reais do nosso passado social, econômico e político, desde os primeiros fatos e conflitos nos tempos da Terra de Santa Cruz, envolvendo o naufrágio de um tumbeiro, invasões, tentativas de domínio, transformação em prisão de militares e civis, palco de privações, ganâncias, fugas, assassinatos, rebeldias; prostituição e corrupção que duraram até a Segunda Guerra Mundial. Personagens inusitadas e complexas da nossa formação buscando sobrevivência, conquistas pessoais ou sociais em convivência com políticos de nosso passado histórico.
De conto em conto, multiplicam-se os tipos que os retratam: o líder cabano; um farroupilha mameluco; o rebelde mestre capoeirista; o frei que contestava os decretos papais; a rebelde salteadora baiana descendente de franceses maranhenses e de africanos islâmicos; um ajudante de linotipista envolvido com a Revolução Praieira; os escravos que serviram na Guerra do Paraguai lutando por direitos assegurados; uma professora vivendo de lembranças. Gente dos mais diversos ofícios e atividades, desde os primeiros habitantes, retratados com beleza e estilo.”

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Não é fácil. Vivemos, não só com relação a leitura, mas com a cultura brasileira de um modo geral momentos, não novos, de verdadeiro desmonte. Riqueza que a cada dia fica mais distante de todos nós.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
PROJETO TROCANDO PALAVRAS - O projeto Trocando Palavras, criado em 2002, possibilitou em suas três versões, promover a doação às bibliotecas públicas de todos os estados que compõem a Amazônia Legal da minha obra literária, totalizando 6.292 livros doados. Parceria do Banco da Amazônia e da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves que compreenderam a importância do conteúdo da pesquisa contida nas obras, envolvendo em sua ficção a Cabanagem, revolta popular ocorrida na Amazônia no Século XIX, a história de Canudos, outro importante movimento social que teve como palco o sertão baiano e minha poesia. O projeto alcançou pleno sucesso. Os patrocinadores adquiriram os exemplares a preço de custo, a editora abriu mão do lucro e eu dos direitos autorais. Os beneficiários foram milhares de alunos da rede pública que puderam ter acesso a essas obras nas bibliotecas de suas escolas. Na época eu era contratado pela editora onde publiquei meus seis primeiros livros. Quando ela encerrou suas atividades o sétimo que faria parte do projeto não havia sido impresso então fizemos uma cotação para imprimi-lo e a Scortecci apresentou as melhores condições de qualidade e preço.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Acho que merece sim, por ser um trabalho alicerçado na pesquisa de um fato histórico pouco conhecido e de importância, principalmente para a região amazônica.
Ler é se formar. É conhecer e possibilitar a ampliação das possibilidades de escolher os rumos para nos situar na vida.

Obrigado pela sua participação.
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04 agosto, 2023

Orlando Sampaio Silva (coord.) - Autor de: DOSSIÊ HERBERT BALDUS - 100 ANOS

Nasceu em Bragança, PA, em 24/01/1932; reside em São Paulo, SP, a mais de 50 anos. Advogado (OAB/SP) e antropólogo (sócio efetivo da ABA); é professor titular (Antropologia), aposentado, da UFPA; mestre e doutor em CS (Antropologia). É membro emérito da Academia Paraense de Ciências. Sócio efetivo da UBE. Membro acadêmico da Academia de Ciências, Letras e Artes de São Paulo-ACLASP, da Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências - ALPAS 21, da Académie des Lettres et Arts Luso-Suisse – ALALS e de outras academias e entidades culturais e profissionais. É autor de livros de antropologia e de poesias, entre os quais: TUXÁ – Índios do Nordeste, Ed. Annablume, São Paulo, 1997; Eduardo Galvão – Índios e Caboclos, Ed. Annablume, São Paulo, 2007; Índios do Tocantins, Ed. Valer, Manaus, 2009; A Vontade de Potência, Chiado Ed., Lisboa, 2013; Poiesis, Helvetia Ed., Rio de Janeiro, 2018; Eros na Poesia, Ed. Somar, Porto Alegre, 2918; Episteme e Emoção – Poesias, Scortecci Ed., São Paulo, 2020; Novas Interpretações Referentes à Formação e à Vida do Povo Hebreu/Judeu – Personagens Bíblicas, Scortecci Ed., São Paulo, 2021; Dossiê Herbert Baldus – 100 Anos, Scortecci Ed., São Paulo, 2023.

Ensaio, artigo e depoimentos sobre o antropólogo teutobrasileiro Herbert Baldus, que viveu e trabalhou no Brasil, pesquisou grupos indígenas de diversas etnias. Um dos pais fundadores da antropologia científica no país. Trabalhos apresentados ao Seminário Herbert Baldus (USP).





Entrevista

Olá Orlando. É um prazer contar, novamente, com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

Do que trata o seu Livro?
Homenagear o antropólogo teuto-brasileiro Herbert Baldus mediante a divulgação de estudos sobre sua vida e sua obra, assim como, de depoimentos de colegas a propósito de suas características pessoais no contato e no convívio com pessoas e no trabalho na área da Antropologia Indígena, no Brasil.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Homenagear Baldus no transcurso dos 100 anos do seu nascimento e divulgar estudos apresentados ao Seminário Herbert Baldus realizado, sob a minha coordenação, no Dept. de Antropologia da FFLCH-USP e no Museu de Arqueologia e Etnologia-MAE/USP centrado na vida, na obra e na personalidade do insigne homenageado.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. O primeiro de muitos ou um sonho realizado?
Sou professor titular de Antropologia da UFPA, aposentado, e, antropólogo indigenista com mestrado e doutorado em C. S. – Antropologia; pesquisei diversas sociedades (etnias) indígenas que vivem no nosso território nacional, e tenho livros e artigos publicados sobre minhas observações de campo. Sou autor de onze livros publicados.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Neste cenário, os escritores devem escrever e publicar seus trabalhos e com isto contribuir para o incremento do hábito da leitura, e incentivar a ampliação do universo de leitores.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Tenho livros publicados anteriormente por outras editoras, sou associado à União Brasileira de Escritores-UBE e , nesta vida cultural, foi inevitável tomar conhecimento da ação dinâmica da Scortecci Editora.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Por sua originalidade e pela importância do autor homenageado e dos que o estudaram e se encontram presentes neste livro com seus textos.

Obrigado pela sua participação.
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Maria Lúcia Pinheiro Sampaio - Autora de: ESPAÇO PROIBIDO NO REINO DE EROS DEUS DO AMOR E DO SEXO

Maria Lúcia Pinheiro Sampaio
Nasceu em Bernardino de Campos e fez o curso clássico e o curso de Letras em Assis, A onde reside. Publicou oito livros de ensaio, oito livros de poesia, dois de contos e uma peça de teatro. É professora aposentada da Unesp de Assis, mas continuou estudando. Tem uma cultura interdisciplinar e estudou religiões, esoterismo, a Cabala judaica, mitologia, Freud, Jung, Filosofia ocidental e oriental. Procurou realizar o ideal renascentista da visão da totalidade

O livro fala de uma história de amor e erotismo e se baseia no mito de Eros e Psiquê, do livro O asno de ouro de Apuleio. Faço um paralelo entre o mito e a história de amor que vivi. Descrevo o deus e eus rituais que tem que ser observados porque o amor e o sexo tem uma origem divina.






Entrevista

Olá Maria Lúcia. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

De que trata o seu livro?
Do amor, do sexo, do divino e do mito de Eros e Psiquê.

Como surgiu a ideia de escrever e qual o público que se destina a obra?
Surgiu de um caso de amor que vivi, há muitos anos e os poemas foram surgindo. Depois dei uma feição literária a ele. Esse livro interessa a jovens e adultos.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. O primeiro de muitos ou de um sonho realizado?
Tenho vinte e dois livros publicados de ensaio, poesia, conto e teatro. Escrevo há muitos anos e publico meus livros.

O que você acha da vida de escritor no Brasil um país de poucos leitores e onde a leitura não é valorizada?
Uma vida muito difícil e uma carreira pouco valorizada. Só fica nesta carreira quem tem vocação e acredita no que faz.

Como ficou sabendo do trabalho editorial e gráfico do Scortecci?
Ele era bastante conhecido dos escritores e eu o conheci pessoalmente em Assis. Publico por ele há muitos anos, porque é a melhor editora para escritores independentes.

O seu livro merece ser lido? O que ele tem de especial capaz de encantar os leitores?
Só escrevo livros que tem valor. O amor e o sexo são assuntos que encantam os leitores e usei um mito grego e latino para falar do amor e do sexo.

Obrigado pela sua participação.
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Pr. Obede Martins - Autor de: ESCATOLOGIA

Pr. Obede Martins
É pastor da Assembleia de Deus, autor de outros títulos










O livro que o prezado leitor tem em mãos toca, sobretudo no escopo da Consumação, na concretização dos propósitos e decretos do Deus Vivo quanto à Sua Criação, em especial o homem, criado à Sua Imagem e Semelhança. Portanto, essa é uma obra de escatologia, como os teólogos chamam o estudo das últimas coisas, a culminância da história e do tempo sob a Soberania do Deus Eterno. A palavra vem de eschaton (fim) ou de eschata (últimas coisas). No fundo e em resumo, a escatologia cristã, conquanto abrace distintas linhas e propostas interpretativas, é mais que um estudo é uma convicção: o futuro está a caminho. E Cristo é Senhor do futuro, do universo e de todas as coisas. Esse é o eixo condutor de qualquer leitura dos textos escatológicos judaico-cristãos. Sendo assim, é correto pensar que a reflexão escatológica apresenta o seu clímax no maravilhoso, poético e tão belo livro do Apocalipse, literalmente a revelação do que há de vir embora para a maioria dos crentes seja um livro difícil de ser compreendido. E de fato é. Mas ao ler a obra do Pr. Obede Martins, escrita com esmero, muito estudo e, sobretudo, com oração e base na vida pastoral, sou convidado a reler o Apocalipse, um texto profundamente enraizado nos livros que o precedem no cânon sagrado, não como um livro de mistério, mas como um livro de esperança! Ler o Apocalipse é reconhecer que o Deus Vivo, Senhor dos céus e da terra, é quem tem as últimas palavras. Sendo assim, estudar escatologia é um convite a pensar seriamente sobre o que Ele tem a dizer sobre tudo isso e a nos prostrar em adoração a Seus pés, perseverando na obediência e no discipulado cristão “até o fim”. Como ler o livro do Apocalipse? De joelhos. Transforme sua leitura em oração.

Entrevista

Olá Pr. Obede. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

Do que trata o seu Livro?
O meu livro trata das profecias bíblicas que estão acontecendo e que vão acontecer. Visa contribuir para a ampliação do entendimento daquele leitor ávido de conhecimento escatológico. Esse é o meu anseio como penhor, em nome da evidência e eficácia do cumprimento profético com ratificação teológica.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Sou estudante apaixonado pela Palavra de Deus. A ideia de escrevê-lo surgiu a partir das variabilidades escatológicas e das diversas lentes de interpretação e visão sobre esse tema, conforme a apologia e a ortodoxia de cada escritor. Entendi, portanto, que deveria apresentar a revelação que tenho de Deus, a esse respeito. Minha obra se destina a todos aqueles que creem em Jesus Cristo como o único Salvador, ou não; e àqueles que buscam conhecer a Sua palavra com ratificação teológica.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Embora a expectativa, os planos e projetos sejam um direito concedido a cada um, não cogito status nem aspiro a reconhecimento social. A tônica do meu afã em Letras é registrar nas linhas dos meus anais, uma palavra que dê graça aos que me ouvirem, com aproveitamento. Esse é o meu segundo livro. Evidência e Prosa é o primeiro. 
Assim como o órgão do paladar prova a comida, o ouvido prova a palavra, dando endosso para o terceiro ou mais livros... Como árvores que produzem viçosos e suculentos frutos.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Com base nas minhas experiências pessoais, acredito que haja dentro de cada escritor, uma lacuna que não consegue ser preenchida com elementos físicos. Resulta em detrimento próprio o fato de pessoas famintas, desconhecerem as iguarias para a alma, tendo-a nas mãos.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Tomei conhecimento da Scortecci Editora a partir de uma pesquisa on-line, buscando bom preço e qualidade, simultaneamente.
Sendo assim, a indicação e a recomendação se encontraram. A primazia e a excelência se observaram.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Sim! O meu livro merece ser lido visto que a exegese e a exposição utilizadas são singulares e intrínsecas. O leitor terá a oportunidade de somar aos seus conhecimentos, através de uma linguagem clara, simples e objetiva, um assunto considerado complexo.
Desejo que o prezado leitor possa conhecer e prosseguir conhecendo o Senhor; sabendo o que vai dizer; não dizendo tudo o que gostaria que fosse dito.

Obrigado pela sua participação.
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