Nasceu e vive em São Bento do Sapucaí, pequena cidade localizada na Serra da Mantiqueira paulista. É servidor público efetivo da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo desde 1990, Técnico da Fazenda Estadual. Também é poeta, a sua sina.
Surpreendeu-me o jovem amante das melodias, aprendiz de violão (e bom violonista) que aos poucos foi abandonando a música, como se dela tivesse desgostado. Mas descubro, ao ler seus poemas, que não desgostou e nem dela se esqueceu. Essa paixão hoje se manifesta na sua obsessão em imprimir ritmo ao verso e na busca da rima correta. Eu sei que para o Beto (forma como nós, seus íntimos, o tratamos) essas qualidades, além de fazerem da poesia ainda mais poesia, permitem ao poema soar como canção. E assim faz da poesia música também.
Dr. José Márcio de Miranda - Médico Cirurgião Geral e Bacharel em Direito
Olá Alberto. É um
prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da
Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
É um livro de poemas, assim como os meus outros dois
livros. Se eu for alguma coisa nesse mundo literário, então eu sou poeta. É que
as pessoas acham pouco ser isso, e no meu primeiro livro me perguntaram por que
eu não escrevia um livro. Pode? É o que a gente tem que aguentar.
Quanto à ideia, não existe ideia nenhuma, pré-concebida
para essas coisas, poemas, o que a gente vai escrever, não existe isso,
simplesmente. O livro vai se formando sem que eu perceba. Quer dizer, respondo
por mim e mais ninguém.
Quanto à destinação, é para todos.
Poema não serve para nada?
Serve, sim, senhor, serve para quem se serve dele, e ponto final.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
É o terceiro livro, e não, nunca tive sonho nenhum, nem de
plantar árvore, nem de escrever livro, e muito menos de ter filho, que não
tenho mesmo, e não tenho sonho nenhum em relação a nada, jamais tive.
Nunca tive projeto nenhum também em relação a esse mundo
das letras. Do pouco que conheço, pelo menos na minha cidade, bem, não tenho
afinidade com ninguém, eles pensam a arte completamente diferente de mim, e
também não tenho afinidades pessoais com eles.
Não tenho interesse em passar na frente dos meus livros, em
aparecer mais do que os meus livros, para mim não é assim que funciona, quero
muito que os meus livros cresçam e apareçam, sejam lidos, mas eu saio de cena.
Quem tem que brilhar, por assim dizer, são os poemas, e talvez, ou certamente
por isso não tenho afinidade com esse mundo das letras.
Quando não tinha livros, eu não falava nada, agora que
tenho, ponho em prática tudo aquilo em que acredito.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
É desolador, para dizer o mínimo.
Pessoas não estão interessadas em livros, poemas, essas
coisas, pessoas estão, com raríssimas exceções, interessadas em bolso cheio de
dinheiro, em status, em aparências, em verniz, etc.
O que eu posso esperar de um país que teve um presidente da
República por oito anos, e que se gabava de ter chegado "lá" sem
nunca ter lido um livro? Qual é o estímulo que esse burro dava para quem está
começando a estudar?
E pergunto: "Lá" onde? O que significa
"chegar lá"? "Lá" onde, pelo amor de Deus?
Estudantes do ensino fundamental e médio, quando viram ele
chegar "lá" sem nunca ter lido um livro, certamente pensaram: Eu não
vou ler livro nenhum, o presidente chegou lá sem ler...
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Eu estava querendo uma nova editora, então eu procurei na
internet.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Merece, os poemas não pisam em ovos, e é isso a vocação de
um poema.
Obrigado
pela sua participação.
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