Nasceu em 19 de setembro de 1972, em Nazaré, Bahia. É professor, formado em Letras. É Terapeuta Holístico, tendo feito formação em PNL. É escritor formado pela vida. Publicou com a Editora Scortecci, em 2009, o livro PELA JANELA – A História de uma Sacerdotisa; em 2011, PEDÓFILO – O limite entre o algoz e a vítima. Vive em Barra do Pojuca (Camaçari – BA), numa reserva da Mata Atlântica, na Instituição Khalil Gibran, seu refúgio e fonte de inspiração e prazer.
Aline é uma freira homofóbica e recalcada que vive a perseguir suas irmãs de congregação, Ana e Rosângela, por suspeitar que elas se relacionam sexualmente dentro do convento. Numa fatídica noite, buscando o refúgio da capela para se proteger de recorrentes pesadelos noturnos, nos quais é abusada, ela dá um flagrante que mudará definitivamente sua vida, as das pessoas envolvidas no ato e de outras tantas que se permitirão transcender seus próprios limites e bloqueios sexuais e despertarão para novas possibilidades eróticas e psíquicas.
Pablo é um jovem reprimido sexualmente, filho de um pai tirano e de uma mãe omissa. Após anos vivendo "no armário", começa a se travestir trancado no próprio quarto, diante do espelho, e cria uma personagem chamada Consuelo Paraguaçu como válvula de escape perante tanta tortura e repressão sofridas. Numa noite, porém, esquece-se de trancar a porta do seu refúgio e esse vacilo o levará a vencer os próprios obstáculos e se tornar um ícone na noite LGBT baiana e na vida.
Rodrigo e Marcos são casados há vinte anos e têm um filho de 18, Caio, fruto de uma inseminação artificial entre Marcos e Glória, irmã biológica de Rodrigo, assexuada. Os quatro vivem harmoniosamente num lar, mas na noite de comemoração das "Bodas de Porcelana" do casal, uma revelação bombástica de Rodrigo colocará em cheque a aparente felicidade em que vivem e transformará sua vida, a do núcleo familiar e de pessoas afins, quebrando padrões obsoletos, destruindo paradigmas carcomidos e transmutando crenças limitadoras sobre identidade, sexo, gênero, comportamento e família.
Olá Antônio. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.
Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
O Despertar da Fêmea
O livro conta a história de 13 mulheres com demandas
psíquicas e sexuais específicas, que se lançarão numa instigante viagem
interior no sentido de resolverem tais questões. A ideia de escrevê-lo surgiu
com a criação do meu projeto literário POSSIBILIDADES ERÓTICAS, que compreende
quatro livros independentes entre si, e tratam de processos comportamentais e
eróticos da humanidade. Neste, especificamente, abordo alguns arquétipos
femininos, observados no meu dia-a-dia enquanto ser humano e terapeuta, analisando
seus aspectos sombrios e propondo formas alternativas para iluminá-los. A obra
se destina ao público adulto, interessado em psicologia e sexologia e com mente
aberta, desvinculada de preconceitos e padrões linguísticos e de ordem sexual.
A Diva da Rainbow
Trata-se da história de Pablo, um jovem reprimido
sexualmente, filho de um pai psicopata e de uma mãe omissa, que encontra uma
válvula de escape para driblar o inferno em que vive: travestir-se no próprio
quarto e fantasiar ser uma estrela das boates LGBT. Só que um dia, seu segredo
será descoberto e isso o fará concretizar sua fantasia.
Sempre fui um cara fascinado pelo mundo das travestis, dos
transformistas e das boates LGBT. Convivi com tudo isso. Li e vi muito a
respeito e senti a necessidade de falar sobre o assunto do meu jeito. Daí
nasceu Pablo ou Consuelo Paraguaçu, ou A Diva da Rainbow.
Transex
Meu livro trata de Transexualidade, Transgêneros,
Transgente. É o primeiro volume do meu projeto POSSIBILIDADES ERÓTICAS, criado
para abrir discussões, quebrar tabus e ampliar a consciência sobre sexualidade.
Há algum tempo, o tema Trans já estava mexendo comigo. Então tive a alegria de
ver o filme de Almodóvar, A Pele que Habito (2011) e algo em mim se destampou:
senti que eu precisava criar alguma história sobre o assunto e publicá-la.
Comecei a ler e a estudar sobre o tema, fazer entrevistas
com Transgente e com outras gentes
armazenando várias informações, posturas e posicionamentos a respeito. Quando
me vi bem servido de elementos, foi só montar o roteiro da obra e me jogar na
criação.
TRANSEX se destina a todas as pessoas que compreendem ou
almejam compreender que “anatomia não é destino” e que os conceitos sobre
gênero e identidade sexual vão muito além do que carregamos ou não entre as
pernas.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
O DESPERTAR DA FÊMEA
Eu costumo dizer que não sou escritor. Eu sou a Literatura.
Escrever é sangue que corre em minhas veias, é oxigênio, é questão de
sobrevivência, é condição para que eu exista. Este é o meu quinto livro em
prosa (todos publicados com a Scortecci) e certamente passarei a vida
escrevendo e publicando, porque minha essência enquanto pessoa e contador de
histórias é uma só. É para isso que eu vivo.
A DIVA DA RAINBOW é o meu segundo livro do Projeto POSSIBILIDADE ERÓTICAS.
Assim como há outros que o antecedem, há outros que o sucedem e ainda outros
que o sucederão. Sou um autor compulsivo. Minha vida é escrever.
TRANSEX (2014) é meu terceiro livro publicado e o primeiro do
projeto POSSIBILIDADES ERÓTICAS. Escrever para mim é ofício, sacerdócio, missão
e sentido de vida; trata-se de uma coisa que sei fazer e quando digo isso, não
me considero pronto. Parafraseando Freud, “Não se nasce escritor, torna-se
escritor. ” Então a cada obra, torno-me mais autor e pretendo surfar nessa onda
por toda minha vida.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
A vida de escritor num país que não lê é uma das coisas
mais quixotescas que conheço. Escrever não paga minhas contas, não me dá mordomias
ou confortos, pelo contrário: eu pago para publicar. Eu banco meu sonho, porque
o sentido da minha vida é a Literatura. Com o dinheiro que arrecado da venda de
uma publicação, eu financio a futura e nessa ciranda, eu dou meus pulos e assim
transformo meu existir em algo útil e funcional. Sei que o Brasil não lê, mas
também sei que Eu Escrevo. E não é a ação anti-literária do meu país que
provocará em mim uma reação também anti-literária. Faço parte da Resistência
Literária, logo ajo literariamente.
Analisando a densidade demográfica do Brasil, constatamos
que aqui pouco se lê e pouco se pensa. Escrever e filosofar por estas bandas é
coisa de maluco. Inteligência no Brasil não é sinal de privilégio, mas de
marginalidade e divergência. Mesmo assim, como alguns gatos pingados, assumo
minha loucura e permaneço escrevendo e pensando.
Penso que para se fazer qualquer coisa bem feita, a pessoa
precisa, no mínimo, gostar do que faz. Ser escritor num país que despreza a
Literatura é Amar o ofício de forma incondicional e como um Salmão, nadar
contra a correnteza para procriar.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Fiquei sabendo da Scortecci Editora em 2009, através de um
grande amigo, Jorge Monteiro do Amaral. Entrei no site e mandei um e-mail
dizendo que eu era escritor e queria publicar meu livro. Estou com a Scortecci
até hoje - uma gostosa parceria. Como falei acima, já estou no quinto. (risos).
Curto a forma que a Scortecci trabalha, o respeito que tem
pelo autor e a liberdade que me dá para eu ser quem eu sou. Outras editoras
chatinhas criam um tal de um perfil
e o autor tem que preencher certos
requisitos para corresponder a esse perfil...
Sinceramente, desprezo esses estereótipos imbecis. Pronto. Falei.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Meu livro O DESPERTAR DA FÊMEA merece ser lido porque é uma delícia. É
instigante e tem um visgo maravilhoso. Possuo uma maneira bem informal de
narrar, criando uma atmosfera de intimidade entre mim e quem me lê, como se
estivéssemos lado a lado a falar da vida alheia e de nós mesmos. Além disso, a
temática certamente tirará o (a) leitor (a) da zona de conforto e causará uma
gostosa ampliação de consciência sobre vários aspectos da psicologia e da
sexualidade humana. Gozemos, pois.
Óbvio que A DIVA DA
RAINBOW merece ser lido. Porque é uma Ode ao prazer, ao glamour, ao
escrache, ao amor livre, à decadência e à elegância.
TRANSEX merece ser lido porque vai proporcionar a quem o lê a
possibilidade de repensar vários conceitos em torno de sexualidade e gênero.
Para mim, o Amor Erótico é lícito em todas as suas
manifestações e penso que, sem e tratando de cama, importa a essência do ser
com quem partilhamos nosso corpo e nossa alma; não o sexo ou o gênero da pessoa
amada.
Obrigado
pela sua participação.
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