12 setembro, 2017

Entrevista com Rute Gusmão - Autora de: CONTOS DE OFICINA

Nasceu em Porto Alegre e desde a infância vive no Rio de Janeiro. Nas décadas de 70 e 80 participou da produção artística conceitual, tendo exposto seu trabalho no Brasil e em outros países. Autora de Livros de Artista que integram acervos nacionais e estrangeiros. Em 2015 publicou Sapatilha do Descampado e, em 2013, Moldura da Pele, livros de poesia, pela Editora Texto Território. Em 1992 participou da antologia poética coletiva Caixa de Prismas, Editora Imago.



O livro reúne temas que envolvem nossas questões sociais, políticas, culturais e históricas. Organizado em quatro capítulos - Graças, Fogueiras, Folguedos e Faz de Conta, aborda conflitos relativos à vida - violência urbana, condição da mulher na sociedade, autoritarismo, processo de libertação pessoal, manifestação de nossa brasilidade, quebra de ilusões infantis, envelhecimento.
produção inaugural da autora em prosa, reúne temas que envolvem também nossas questões sociais, políticas e históricas. Assim, em Graças encontramos conflitos pertinentes à arte, à cultura em geral e ao amor; a classe média diante da violência urbana; a libertação da mulher, o envelhecimento e a morte. Já em Fogueiras a autora se detém em situações políticas, narrando ora de forma realista, ora encantatória, um passeio presidencial, um comício no interior, as memórias de um preso, a destruição da cultura. Em Folguedos espíritos se libertam, pessoas trocam de pele e nossa brasilidade se manifesta sem disfarces. Faz de Conta revela situações fantásticas que trazem à tona não simplesmente memórias de infância, mas, no sentido crítico, a quebra de ilusões infantis.





Olá Rute. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
O livro Conto s de Oficina, em seu primeiro capítulo, traz histórias que envolvem a arte, a cultura, a condição da mulher na sociedade, o amor, o envelhecimento, a violência urbana, a morte. A seguir me detenho em situações políticas. Sigo com histórias que tratam de processos de libertação pessoal, algumas imersas em nossa brasilidade. E para finalizar, o leitor encontra situações fantásticas que se referem não só a memórias, mas também à superação de ilusões infantis.
Nos Contos de Oficina, resultantes do processo de sete anos de trabalho, inauguro minha escrita em prosa. É uma produção literária experimental, de oficina.
O livro se destina ao público interessado em pensar o mundo com suas questões sociais, políticas e históricas e - para tanto - produzi narrativa ora realista, ora encantatória.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Durante os anos 80 produzi, como artista plástica, Livros de Artista, que estão em vários acervos nacionais e estrangeiros. Neles trabalhei com imagens, conceitos, palavras. Depois, em 1992, participei de uma antologia de poetas do Rio de Janeiro - Caixa de Prismas, Editora Imago. Em 2013 publiquei Moldura da Pele e, em 2015, Sapatilha no Descampado, ambos livros de poesia, pela Editora Texto Território. Agora estou envolvida na escrita de um romance, mas continuo produzindo poesias e contos. A literatura, para mim, não consiste em projeto pontual, mas é uma forma de pensar o mundo.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
No Brasil de hoje, a produção cultural é vista como mais uma mercadoria; deve submeter-se às leis do mercado. Muitos livros produzidos graças à dedicação dos escritores e persistência de editores enfrentam mercado avassalador. Entre os escritores, muitos talentos se perdem devido a dificuldades econômicas. Entre nós, mulheres, as exigências do trabalho doméstico e do exercício profissional em outras áreas muitas vezes impossibilitam nossa dedicação ao trabalho de criação. A luta do escritor é imensa. Precisa ter força de vontade para continuar escrevendo.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Duas amigas escritoras - Mirian de Carvalho e Diana Guenzburger - me falaram sobre o trabalho da Scortecci Editora. Vi um livro de Diana e gostei da qualidade da publicação. Agora já posso dizer que admiro, também, a forma como a Editora se relaciona com o escritor e com a obra.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Merece sim. Meu livro não foi escrito por diversão, para ocupar meu tempo, ou alimentar meu ego, mas com muito envolvimento e transpiração. Diz respeito a concepções e aprendizados - ao longo da vida - sobre questões sociais e a escrita literária.
A mensagem ao leitor é que leia meus contos sem pressa e com empenho. Acredito que possam leva-lo a viagens instigantes.

Obrigado pela sua participação.

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