Pseudônimo de José Eduardo das Neves. Ator, diretor e professor de teatro. Formado em Artes Cênicas pela Unicamp (1993), iniciou sua carreira profissional na Cia. Razões Inversas, sob direção de Márcio Aurélio, permanecendo até 1996. Em 1995 começou a lecionar no Teatro Escola Macunaíma onde até hoje ministra aulas de Montagem Cênica e História do Teatro. Ao longo destes 21 anos foram mais de 80 espetáculos dirigidos. Em 2000 ingressou como orientador teatral na Universidade Mackenzie, ministrando cursos livres de teatro e dirigindo a Mostra de Teatro que já está em sua 16ª edição – mais de 40 espetáculos encenados. Em 2004 fundou a Cia. Gritos e Sussurros, companhia que busca trabalhar seus espetáculos no universo das tragicomédias cotidianas, onde os encontros e desencontros, ilusão e esperança, amor e frustração delineiam a pesquisa do grupo. Como ator, participou de novelas e séries de grandes emissoras, atuou em longas-metragens, como Menino da porteira e Caixa Dois, dentre outros. Ainda em sua trajetória profissional realizou encenações de óperas com coro e orquestra, bem como trabalhos cênicos em corais. Atualmente é mestrando no curso de Educação, Arte e História da Cultura na Universidade Mackenzie.
Três histórias que se cruzam. Três momentos que nascem de um primeiro texto, A Inquisição da Alma, que insere poeticamente o tema da dualidade feminino/masculino: uma brincadeira de amor entre Jasão e Medeia, renovados no século XXI. Será? Medeia ainda se mostra apaixonada e lamenta os desencontros do amor. Jasão cruza os séculos repetindo fórmulas, delineando o desgaste do masculino que desemboca na falência da relação a dois. Um ano depois, Diálogo de Nós Dois elabora concretamente o que se traduzia de forma experimental e onírica no texto anterior: Jasão e Medeia agora são Pedro e Sofia, e seus duplos – consciente e inconsciente – dialogam e se fundem em nós... Ao redor do casal gravitam personagens que resgatam o passado do relacionamento: terapeutas, amigos e amantes. Perdidos num labirinto de vaidades e quereres, eles se reduzem a um clichê de história de amor. O terceiro momento acontece com A Bomba... E o Beijo: o acerto de contas, o happy end de algo que não poderia acabar bem. Existe uma bomba, existe o passado e existe um cronômetro marcando 60 minutos para resolver o que não se resolveu em anos. Pedro está cansado de tudo e, ainda preso nas memórias de um amor perdido, se lança num protesto globalizado. Sofia é vítima... – será que existem vítimas? O desfecho... a bomba? Ou o beijo? Catch a fire! BUM!
Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Trata-se de uma trilogia de textos teatrais encenadas pela
Cia. Gritos e Sussurros (entre 2004 e 2011) onde também fui o diretor dos
espetáculos. A questão do registro do trabalho de forma concreta foi o que
motivou o livro, as três peças escritas em parceria com Airen Wormhoudt traça
uma trajetória da pesquisa teórica levada a cena pela Cia. Cada texto lança um
olhar para um momento específico do grupo e juntos dão um sentido a tudo que
foi discutido no nosso trabalho. Penso que tanto o público de teatro, que se
interessa em ler peças de teatro, assim como o público em geral, encontrarão
nos três textos uma possibilidade de leitura bem interessante, que vai além da
característica teatral do mesmo. Seu conteúdo, personagens, propõe a discussão,
a reflexão da dualidade masculino/feminino nos dias de hoje, e ressalta
momentos que a grande maioria dos relacionamentos a dois vivem em nossa
contemporaneidade.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Já tenho 2 filhos, já havia plantado uma árvore, no mínimo
o livro coincide com a expressão popular...Rsss, mas mais que isso ele me
permitiu refletir a cerca de minha própria obra dentro do teatro, além da
atuação e da direção de espetáculos, me mostrou uma pessoa diferente no
exercício da escrita, embora tudo esteja conectado (Ator,diretor e autor) o
livro alimentou um desejo antigo de mostrar uma produção pessoal e criou um
próximo objetivo, publicar um texto infantil que tenho muito carinho, que já
encenei inclusive, e que creio funciona muito bem como peça e história
infantil, chama-se Zinha, a Nuvenzinha.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Dentre tantos essa é mais uma questão problemática para o
país. Não vivo como escritor, mas trabalho com arte, teatro e sei que há um
descompasso imenso entre nossa capacidade de produção artística, que é imensa,
com o efetivo interesse do público pela literatura. É preciso investir em
educação para que os livros passem a fazer um sentido efetivo na vida das
pessoas, somos milhões de potenciais consumidores de livros, mas também somos
muito maltratados pela história e por governos que não se preocuparam efetivamente
com a questão da educação no país. Um livro não pode ser um prazer artístico de
um determinado segmento social elitizado, ele tem que fazer parte do arcabouço
crítico de formação e reflexão na educação de um povo, de uma sociedade, de
todos.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Através de uma amiga, que já conhecia outra amiga que havia
publicado pela Scortecci.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Lógico que merece!... É o nosso
livro!... Rssss... Onde, além disso tanto como texto teatral e/ou literatura
sempre nos preocupamos em comunicar uma ideia, propor um olhar diferenciado e
se possível prazeroso para o público. Nosso livro a partir de agora não é mais
nosso, é do público e como tal se propõe a divertir e provocar.
A mensagem que deixo é: Leiam livros! Leiam o nosso livro
DIZ(AMOR)! E faça nele a sua viagem pessoal, com tudo que ele possa te propor.
Esse livro como inclusive é o nome de um textos: - É UM DIÁLOGO DE NÓS DOIS.
Obrigado
pela sua participação.
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