Nome literário de Carlos Roberto Fernandes.
Professor de Magistério Superior; Membro da União Brasileira dos Trovadores (seção Belo Horizonte-MG) e da Academia Internacional de Poetas e Escritores de Enfermagem; enfermeiro, mestre e doutor em Enfermagem.
Composta por sonetos, quadras, trovas e outras formas poéticas,a obra centra-se nos temas de violência e de morte, utilizando-se de fatos da vida cotidiana em geral e da história do Brasil em particular. Além do público literário, dirige-se a professores de Literatura e de História.
Olá Carlos. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
O livro é de poemas, escritos nas formas de sonetos, de
trovas, de quadras e de versos livros. Inclui telas de arte, produzidas pelo
próprio autor. As temáticas são relativas às ações e aos desejos humanos
cotidianos, incluindo questões da história do Brasil, relacionadas a batalhas e
guerras como as indígenas, a de Canudos, a do Cangaço, a dos Quilombos. A obra
foi pensada para o público em geral, mas oferece aos professores de Literatura
brasileira e de História do Brasil um campo fértil de discussões. A centralidade
temática é corpo e morte, ao longo da história do Brasil - até os dias atuais. Não
houve uma programação prévia para escrever e configurar a obra: os poemas foram
surgindo, a partir de vivências próprias e estudos pessoais. Quando me deparei,
havia um centro temático de preocupações e ao qual me rendi.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Estou envolvido no mundo das letras, desde os anos de 1980.
Meu primeiro vestibular foi o Curso de Letras: cursei o primeiro ano, abandonei
o curso para tornar-me funcionário público e casar. Participei e naquela época
ativamente de uma denominada Academia Uberabense de Jovens Escritores, escrevia
crônicas e artigos para o Jornal de Uberaba, tornei-me membro da União
Brasileira dos Trovadores (delegacia Uberaba e da seção Belo Horizonte). Tenho
publicado livros técnico-científicos publicados, individuais e em parceria. Por
questões pessoais de não querer divulgar textos poéticos, na forma de livros,
afastei-me desse propósito - até tornar-me Membro da Academia Internacional de
Poetas e Escritores de Enfermagem, em 2015. Plantei muitas árvores e cultivei
muitos jardins; tenho duas filhas - Ana Carolina e Bárbara, administradora e
advogada, respectivamente. Todos nós, seja qual seja o nosso dom, talento ou
sonho - se acrescentar algo de útil - deve ser publicizado: é uma obrigação
humana partilhar e compartilhar. Talvez, melhoremos a situação humana nesse
compartilhamento. Com isto, não tenho pretensões de falar em verso sobre algo
novo, mas refletir sobre velhos temas humanos - uma vez que não há nada de novo debaixo do sol.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
É um obstáculo e um desafio para nós todos e,
particularmente, para aqueles que elegemos como nossos representantes. Não
entendo o desvalor da leitura porque desde quando aprendi a ler e a escrever
nunca mais parei de ler. Agradeço à minha mãe, Geraldina Pereira Fernandes e já
falecida, que era analfabeta e de uma cultura vivencial grandiosa. Devo a ela
minha entrada no universo escolar e no qual estou até hoje, com a obrigação de
ser sempre um aprendiz. Nesse sentido, é dever - e não opção - dos pais iniciar
e acompanhar os filhos para serem leitores e, se possível, produtores de
cultura - sob quaisquer formas. Minhas filhas cresceram vendo seus pais
estudando, indo para a escola, carregando livros, frequentando bibliotecas...
Naturalmente, se fizeram leitoras e cresceram estudiosas. Afinal, os políticos
de hoje foram crianças e tiveram pais.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Investigando sites na Internet. Depois, vi, com demorada
atenção, as produções da editora; apreciei o cuidado e a responsabilidade da
mesma na produção e na divulgação da cultura pelo livro. A Editora me cativou.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Sendo um leitor comum, se eu visse o
título numa livraria, consultasse a tábua de conteúdos, lesse a contra-capa, eu
o compraria para ler. Sempre fui um leitor exigente e tento ser um escritor
exigente comigo mesmo. Porque a temática centra-se em corpo e morte, e porque
somos corpos e todos - algum dia - morreremos, julgo necessário ler sobre tais
assuntos, sobretudo com a curiosidade de ver tais temas em forma poética, com
uma forte tonalidade histórica e filosófica. Aos meus possíveis leitores e
leitoras, podemos partilhar e compartilhar ideias, sem que isto signifique
necessariamente pensar, agir ou sentir da mesma forma. De qualquer modo, existe
um terreno comum a todos nós humanos, e é nele que tento expressar meus versos;
portanto, podemos sentar, tomar um café, comer um pão-de-queijo e conversar. Um
bom café com letras.
Obrigado
pela sua participação.
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