27 dezembro, 2018

Entrevista com Milton Luiz Moreira - Autor de: COM AMOR, SONETO

Nascido paulista de Indiaporã, criou-se nas terras do avô e delas saiu jovem para prosseguir estudos. Na cidade, trocou a lida da roça e do gado por ofícios diferentes, tais como auxiliar de enfermagem, desenhista publicitário e produtor de texto para emissora de rádio!
Saudosista das coisas do campo, logo pressentiu o despertar de sentimentos pelas coisas e amores lá deixados, dores só atenuadas em versos e textos intimistas, assim inaugurando o lado escritor e poético do homem de origens tão despojadas quanto rústicas.
Desde a fase universitária, exercitou o esmero pela escrita, aplicado em produzir contos, romances, crônicas, poesias... A seguir, o exercício da Medicina durante trinta anos se impôs em grande parte da vida; contudo, contribuiu para a afirmação do poeta escritor, diversificado em escrever assiduamente e publicar com escassez. Por isso, grande parte de sua obra literária permanece inédita, maturada em arquivos transportados no decurso do tempo, benévola com revisões compulsivas e robusta com os títulos que se avolumam no cotidiano. 
De seu acervo literário, o médico Milton Luiz Moreira publicou-se bem pouco. “Fulanos e Sicranos” e “Quase Poesia” foram obras inaugurais. Posteriormente, “Junco do Quintal” (2015) e a primeira edição de Com Amor, Soneto, passaram a compor obras iniciais da parceria com a Editora Scortecci. Sequencialmente, virão à tona a Trilogia do Ontem (“Sobre Ontem Enfim”, “Ainda Sobre Ontem”)

Com justiça, a recente obra de Milton Luiz Moreira reúne poemas produzidos na fase lírica do poeta, versos fervorosos que exprimem sentimentos múltiplos decorrentes do amor: fascínio, paixão, temor, cumplicidade, mágoa, solidão...
Mesmo que antagônicas ou simbióticas, todas as emoções espalhadas se enfeitam na poesia, destituídas de linearidade com o tempo e espaço, mostrando-se enérgicas e aleatórias, exatamente como se descobre na vida a pessoa romântica, tão grácil quanto poética!
Essencialmente sentimental, “Com Amor, Soneto” despontou-se ao longe da adolescência e trouxe para os frenéticos dias de hoje a demonstração de que o amor e suas nuances se preservam imutáveis através das gerações, cuidando para a maturidade do relacionamento humano. Algo imune na evolução dos atos e costumes. Basta conferir.

Olá Milton. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Com Amor, Soneto” traz na sugestão do título a essência de seu conteúdo, referindo-se à poesia construída sob forma de sonetos, cuja temática descreve o amor passional e os demais sentimentos que dele derivam ou que a ele se cercam. Foi escrito sem pressa, ao sabor da cronologia com que ocorrem as múltiplas fases da vida amorosa. Porém, entre capa e contracapa, os poemas não se dispõem segundo essa linearidade unidirecional do tempo, porque a ênfase ficou por conta da oscilação das emoções, imprevista multicor da vida amorosa. Portando, uma obra que se destina às pessoas que queiram se vislumbrar representadas por sentimentos emotivos, principalmente aqueles que mais renitentes nos habitam a alma.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Livre da soberba, acho que me alinho aos autores que não se impõem ao ofício, nem ao gênero, nem ao estilo. Afirmo que escrevo por prazer, o que levou ao acúmulo de minha obra, diversificada entre poesia, contos, crônicas e meia dúzia de romances. A publicação, que tem ocorrido de modo esparso e com atraso, atende a esse mesmo júbilo. “Com Amor, Soneto” é meu segundo livro publicado pela Scortecci. O primeiro, “Junco do Quintal”, foi publicado em 2015. Ambos foram precedidos por “Fulanos e Sicranos” e “Quase! Poesia”.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Atravessamos mais de uma década de desprestígio cultural, e apesar disso os últimos anos foram de nítido crescimento da divulgação de livros dos mesmos autores em destaque. Nas livrarias se encontra a diversidade expressiva de obras que vão da autobiografia à literatura fantástica, da autoajuda à religiosidade, obras provenientes da restrita celebridade. Isso sugere que o brasileiro encontrou o caminho da leitura. Na verdade, é pouquíssima a presença da literatura tradicional, especialmente o gênero poético. Com isso, autores novos continuam limitados e excluídos dessa avalanche promissora, embora possa hoje em dia, pelo menos, publicar livros com mais facilidade. Para se fazerem conhecidos, contam com parcerias comerciais de baixo investimento, utilizando os mecanismos e ferramentas disponíveis das redes sociais, e passam a contar com algum lance de sorte grande.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Através de consulta à internet, quando me propus dar aos meus livros acabamento e aparência profissional. A publicação do livro “Junco do Quintal” atendeu a expectativa. Tive motivos para continuar na mesma Editora; já fiz indicação para amigos autores. Voltarei a ficar plenamente satisfeito com o profissionalismo da Scortecci, quanto à publicação deste segundo livro, “Com Amor, Soneto”.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Como antecipei, “Com Amor, Soneto” é um livro que escrevi sem pressa, ao longo de anos. É uma espécie de apanhado entre tantos sonetos escritos, recolhendo para esta obra os nascidos da inspiração amorosa. Portanto, peço licença para admitir que eu o escolhi para ser um livro pelo qual dispenso enorme carinho! Serei honrado com o leitor que eventualmente venha me ver e, em especial, aquele que se encontrar na emoção de cada verso. Leitores especiais se liberam para ler poesia; dentre eles, especialmente sensíveis são os que se jogam sobre os sonetos.

Obrigado pela sua participação.

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